A Comissão de Credores do Odivelas Futebol Clube, em processo de insolvência, aprovou hoje a proposta para a regularização das dívidas do clube apresentada pelo presidente, que vai pedir ajuda financeira ao Benfica.
A proposta, apresentada "a título pessoal" pelo presidente do Odivelas, Humberto Fraga, prevê o pagamento em 10 dias do valor total das dívidas às Finanças e Segurança Social e de 50 por cento a mais de duas dezenas de empresas privadas, num total de 269 000 euros.
Na reunião, que decorreu no Tribunal de Loures, foi também apresentada uma proposta da Câmara Municipal de Odivelas, que incluía um acordo tripartido entre a autarquia, o Benfica e o Odivelas Futebol Clube para o pagamento de 25 por cento das dívidas, mas que viria a ser chumbada pela Comissão de Credores.
"Era um acordo de cinco anos que previa a cedência ao Benfica dos campos de futebol. Em troca, o Benfica comprometia-se a pagar 25 por cento das dívidas. Infelizmente, os credores recusaram a nossa proposta e aprovaram a outra. Resta esperar que seja cumprida", afirmou à Lusa o vereador do Desporto da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins.
Por seu turno, Humberto Fraga congratulou-se com a decisão dos credores em confiar na sua proposta, realçando que também prevê uma ajuda financeira do Benfica.
"Antes da Câmara já eu tinha conversado com o Luís Filipe Vieira (presidente do Benfica) e tínhamos estabelecido um compromisso. Acredito que o vão honrar", apontou, recusando-se a explicar qual será o papel do clube encarnado.
Humberto Fraga sublinhou ainda que a ajuda do Benfica na regularização das dívidas do Odivelas Futebol Clube será essencial para evitar que o clube feche portas.
"A dívida terá de ser paga em 10 dias, caso contrário poderá ser a morte do Odivelas. Os credores não nos vão dar mais nenhuma oportunidade", atestou.
Fundado em 1939, o Odivelas FC foi declarado insolvente há quatro anos, na sequência da dívida contraída a uma empresa de captação de águas, contratada pelo clube para efetuar furos no relvado.
Ao longo das sete décadas de existência, o clube tem desenvolvido várias modalidades. Além do futebol, que chegou a estar representado na II divisão, há ainda atletismo, andebol, ginástica e basquetebol, que reúnem cerca de 400 atletas, que correm o risco de ficar na rua caso o processo de insolvência venha a ser executado pelo tribunal.
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