sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Sem rede de telemóvel, não há votos na Gralheira

A população da freguesia que fica no concelho de Cinfães apela ao boicote nas eleições de domingo. Em causa a qualidade das infraestruturas de telecomunicações - rede móvel, televisão e internet. Habitantes consideram-se discriminados e dizem ainda que a actividade empresarial da região sai afectada.
Dizem-se "fartos" de não poderem falar ao telemóvel, devido à falta de rede. Querem ainda melhor qualidade no sinal de televisão e no acesso à internet. Para chamar a atenção para o problema, anunciaram a estratégia: um grupo de habitantes da freguesia de Gralheira, no concelho de Cinfães, está a apelar ao boicote nas eleições presidenciais do próximo domingo.

Conhecida como “Princesa da Serra”, Gralheira fica situada na Serra de Montemuro, no distrito de Viseu, o oitavo ponto mais alto de Portugal Continental - o Inverno é duro. Os habitantes estão habituados ao frio e à neve, mas não se conformam com os chamados “custos da interioridade” e vão aproveitar as presidenciais para protestar por melhor qualidade de telefone, Internet, televisão e redes móveis.

“Apanha-se qualquer coisita, dá para mandar uma mensagem, mas, mesmo assim, tem que ser em sítios estratégicos”, lamenta.

Na era da banda larga, do choque tecnológico e das redes sociais, a velocidade de Internet é “muito fraca” na Gralheira e televisão “só por satélite”, sublinha.

"Há aqui várias pessoas que têm Internet, pagamos o tarifário, mas não temos nem um quarto da velocidade que tínhamos de ter - a Internet é muito lenta. É muito chato”.

No domingo, dia de eleições para a Presidência da República, “ninguém vai votar, em princípio". Está igualmente previsto um protesto original junto à assembleia de voto.

"Vamos fazer uma manifestação na sede da junta, onde vão ser as eleições, e até já temos combinado pôr lá uns animais. É uma forma de protesto diferente. Estamos a pensar pôr lá dois bois ou duas vacas e um placard - como se um tivesse a querer falar com o outro – a dizer: "Eu ligava-te, mas não tenho rede", conta Luís Carlos.
in: www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1232&did=138556

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